FAMÍLIA: RAÍZES E FRUTOS

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Este espaço visa apontar caminhos que possibilitem que o casamento e a família sejam vivências humanas das mais gratificantes. Para tornar agradável, atraente e cativante o tempo vivido em família, é preciso saber escutar e compartilhar momentos. A felicidade não é um presente que o casal recebe no dia do casamento, mas algo que é construído no espaço conjugal. Viver bem em família é como um trabalho artesanal de construção diária. Há tempos, o psicólogo norte-americano, Carl Rogers, dizia que “a união entre um homem e uma mulher precisa ser trabalhada, construída e constantemente revigorada pelo crescimento dos dois”. Nossa oração a Deus é que cada casal saiba extrair o sentido da vida de cada momento, situação, desafio ou conquista para registrá-las nas páginas do álbum da história familiar.

Papai e mamãe estão brigando!


            
          Conta-se a história de um psicólogo que ainda  jovem fez especialização em comportamento infantil. Com muita autoridade no assunto deu uma palestra a pais, na qual falou sobre “Dez REGRAS para criar filhos”. Os anos se passaram e quando ele se tornou pai, mudou o título da palestra para “Dez SUGESTÕES para criar filhos”. Conforme os filhos chegaram à adolescência, ele já tinha mudado novamente o título para “Dez PERGUNTAS acerca de criar filhos”.
          No presente artigo falaremos sobre como crian­ças com quadro de irritabilidade, desatenção, agressividade ou comportamento de hiperatividade podem estar envolvidas nas tensões entre os pais.
          É importante assinalar que os obstáculos não superados, no início do casamento, podem sobrecarregá-lo com as dificuldades do casal em também se tornar pai e mãe. Casais imaturos não toleram as necessidades do filho, uma vez que precisam primeiramente resolver as próprias demandas. Cada um exige do outro uma atenção maior e o filho é percebido como um rival que quer privilégios e exclusividade. Em situações assim não existem recursos afetivos para cuidar de um terceiro: o filho. Esses pais provavelmente não usufruíram os cuidados de seus próprios pais. Casal desse perfil terá dificuldade tanto para suprir as carências um do outro quanto se doar de modo saudável ao filho.
          Quando o casal está distante um do outro, não é incomum que um dos dois, geralmente a mãe, se apegue à criança, excluindo o marido. Quanto menos receber afeto dele, mais ela precisará receber do filho e quanto mais envolvida com este, menos tempo e energia terá para o marido, criando um círculo repetitivo. É comum o marido brigar com o filho como um modo de agredir à esposa. Inconscientemente, a criança que ama a ambos pode adoecer ou ter um comportamento que faça os pais interromperem as discussões. Ao desviar seus conflitos para o comportamento do filho, os pais dão uma pausa no conflito conjugal, embora o custo para a criança ou adolescente possa ser grande. Se  este é o caso e os pais querem ajudar ao filho, uma sugestão é iniciar uma terapia de casal, visando fortalecer os vínculos conjugais.

          Sei que é difícil compreender porque os pais também precisam ser tratados se as dificuldades estão no filho, porém a relação entre o casal é anterior à relação com o filho, por isso prioritária. Se o casal está bem, ampliam-se as possibilidades, podendo marido e esposa cuidarem melhor de si, um do outro e do próprio filho.
Ademir T. de Freitas
Psicólogo (CRP 06/90.535)

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